sábado, 9 de fevereiro de 2013

Abrir-se em COPAS


Para a Elisa, o Rinoceronte. o Pessoa e para mais 77 mini-pessoas que aprendo a conhecer (em) dia sim, dia não

Sobre o coração
    triângulo invertido
    ou taça
encarnada de sangue
ou não
que« gira a entreter a razão»…

Sobre o aparo da caneta
que verde aguerrida lança
muita tinta tinta preta
 na  noite do desamparo
nos dias de solidão
Sobre quem
 a empunha e sustem
e em torno do qual
tudo e nada se dispõe

Sob a coroa- chapéu
por sobre uns óculos de lua
  seu eu figura triste
 a sua triste figura
refletida a dobrar
gémeos em busca de mar…
Sobre o tanto se outrar
num perpétuo imaginar
sobre o mistério do ser
de existir sem viver
a arte jogo de pena

sob a carta de baralho uma carta escrever:
variada vem serena
 surpreendente visão…
Sobre a sede d’ emoção
 sobre esse comboio de corda
 que é chama- o coração!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

a Àrvore de Rudy Romeo





         Better be jocund with the fruitful Grape
                                                                                 Then sadden after none, or bitter, Fruit.
                                                                                                                                   Omar  Kayam


«...É que o vinho de Xiraz é uma mentira para quem o toca com a Sede. Maduro, lembrando o calor do leito da amada, o contacto quente do aço gelado do inimigo. É a Pelestina, a promessa, a Guerra. É Beirute vertendo, derramando e misturando VINHO E SANGUE, por uma vez unindo universalmente o rasgão da djelaba, ora ensanguentado pela artilharia vil, ou molhado pelo viril esperma de um desejo numa Fonte.

Eu fui sempre O Presente O Fiel O Amante.
Em cada concubina em cada guerra em cada Vinho.»
                                                                               Rui Reininho, Sífilis versus Bilitis; Lisboa,&etc,1984

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ocaso e alba



Pássaros encobertos cantavam: a neblina retirou-se de mansinho


           Acende-se a noite da cor das rosas/ luzem os mastros/ talvez os astros
                         mas não os vejo/ neste terraço/ que dá pró Tejo.
             Aqui me sento e não me sinto/ daqui disfruto e não me minto.