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Misterioso ciclo da poesia / que como a roda das estações/ sobre o meu peito gira.(...)

Onde se constroem estas tempestades/ estes oceanos/(...)?
Gera-os a esperança ou os desenganos?

                                                                                          Natália Correia




Sentada, a mulher lê
o coração. Lê há muito tempo: o musgo acaricia-lhe os pés dormentes; uma pomba
veio pousar-lhe no coração-silenciosamente... 



Uma folha de jornal rolando veloz
no areal molhado
três fiadas de espuma ondulando
sem cessar
e a mão que puxa as gelosias
lentamente:
parece que a chuva vai voltar.


No limiar
affixação
cada vez mais
prohibida.
Contemplo paredes árvores
ainda
vejo pedras veios tijolos argamassa:
sinto a palavra sem apoio material.
 A terra emudece
no limite
 já nem penteia
longamente
os seus cabelos.