domingo, 29 de setembro de 2013

Apátridas


                    D’AUDIANT A VOYANT                                                                 

   Comment placer sur une orbite
                 sans cieux
              les prunelles
                 sans yeux
            de nos orbites
                sans creux?

                 les lèvres
             sans bouche
          sous des narines
            sans trou?

   l’oreille à l’orée de l’oeil
la rétine à même le tympan
   le dedans entre les dents
     et le dehors dedans?
                                              Ghérasim Luca , Paralipomènes

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Tempestade
Revista Sábado - ‎Há 44 minutos‎
Árvores caídas, inundações, caos no trânsito e a bandeira nacional destruída. É este o balanço do mau tempo que esta manhã assolou a capital lisboeta. As primeiras horas da madrugada ficaram marcadas por chuvas e ventos fortes e até trovoadas.

 O outono tardava, mas agora que chegou trouxe toda a sua força em forma de chuva, trovoada e vento. Que o diga a bandeira nacional hasteada no topo do Parque Eduardo VII, que se rasgou esta manhã devido ao mau tempo, avança o i. País.
                                                                            Excertos da imprensa de hoje


«Há um rio emparedado na cidade. A cidade cresceu, condenou-o à escuridão:
privou-o dos peixes, das rãs, dos murmúrios ,das cheias, dos redemoinhos. Cansado da sombra e da clandestina imundície vai renascer…Súbita erupção,
abocanha o olhar da gaivota, o cardume das pombas, estátuas, automóveis, ár
vores , frontarias de prédios. Livre da treva, atinge o mar: à sua frente, a trote, redemoinhos de lixo…»

AUTARQUICAS
«…O importante , senhores, são as ideias: ninguém as poderá escorraçar do coração. Um dia, talvez não seja no nosso tempo, o paraíso há-de ser na terra-
Será forro o povo, nada terá, enfim, a expiar…»

Animais meus vizinhos



quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Partem ramos e rosas quando o outono nos bate à porta- na morte do poeta.
Enquanto tomas um café
lês o jornal.
Por momentos o humano apaga-se da história,
vencem as bestas,
os insensatos fortalecem o seu reino moribundo.
Pensas na humanidade com uma fé sem nostalgia,
fé que não consola,
que sentes sem promessas de justiça.
A santidade não é coisa tua,
nunca soubeste ser vítima sem mácula.
Lauren Mendinueta, Del tiempo,un paso

Bom conselho



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Leitor não identificado

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«..Mais vale a demora de
     um transporte
mais 
lento
do que ficar 
                  eternamente 
amarrados ao cais.»

                                                                                                              disse-me João Carlos Miranda, quando eu era inda criança.

Asas de pedra

Cansada de voar,  fez corpo com a calçada- tinha chegado a primavera