quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Longe do s e da s







   Porque desobedeceram,
   não mais puderam voltar ao jardim na planície.                                   Refugiados em outras terras para
onde seguiam os quatro braços do rio que saía do tal jardim,
tiravam e punham as peles quando queriam-
esquecendo vergonha e medo.
Pouco a pouco aprenderam uma nova linguagem,    longe                                      do senhor e da serpente. 

terça-feira, 16 de outubro de 2018

O repouso do bando

Desfaz-se o bando
um a um
pousam
esvoaçando
no amarelo
inalcançável
da grua

sol baixinho
ei-los a trilar
nua estridência
      no ar


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Miranda 2018





Cai com a noite a humidade
que o vento moderado transporta
colho flores na cidade
partem as aves... que importa?

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Ouvir, ver, crer, mover-se com: LPO


                                Ontem ou-vi- os. Empolgaram-me!


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

terça-feira, 2 de outubro de 2018

" O lugar dos solitários"


Que o lugar dos solitários
Seja um lugar de perpétua ondulação

Onde quer que seja: em alto mar
Sobre a sombra e verde ondulação da água
Ou nos rios –
Que não haja nenhum fim
Do movimento ou do barulho do movimento
Da renovação do barulho
E da múltipla continuação

Sobretudo, do movimento do pensamento
D
e sua incessante reiteração

No lugar dos solitários
Neste lugar de perpétua ondulação


Wallace Stevens, EUA (1878-1955)
      (trad. de Marie-Claude White)