terça-feira, 10 de agosto de 2021

às vezes o movimento existe

 Tokyo,

primeira imagem deste ano -

nenhum ser movente.

Mayuzumi Madoka

Japão,1965


Tokyo,

julho deste ano

 uma jovem tenista acende a chama



domingo, 8 de agosto de 2021

«de um corpo pouco resta...»

 


de um corpo pouco resta

de um guarda-chuva as varetas torcidas

de um comboio que se perde o vento


Sabina Naef, Suiça, 1974

     (trad. de Luís F. Parrado)



sábado, 7 de agosto de 2021

Voando sobre o mês de agosto

 

Melões meloas ganhando

    paula tina mente

   sabor

 + a bênção da melancia

          pevides cuspidas

se o calor é de ananases

Moscas mosquitos

 ao pôr-se o sol

     zumbindo

mosquinhas da fruta

um tédio infindo

 jogos na tv

   o vento lá fora

        ora sopra

      ora assobia

sobre os rostos máscaras

 -mesmo à beira-mar-

     um gato mia

desato o g

 

nas madrugadas de noites

 quase brancas

     desânimo

    falta de ar

pipilam por fim

os andorinhões

  em busca de

 formigas de asa  

acabadinhas de chegar


No campo coaxam rãs

os pirilampos acendem o escuro

súbitas tempestades de verão

        hão de surgir também 

     relâmpagos e aguaceiros

os peixes fugirão de seus viveiros

sobre a húmida terra escolherão morrer

  olhando translucidamente

  a lua

  que só

         exocetos  

        podem ver.


                                                                                              (dedico este poema à minha mãe e ao meu amigo Paulo)



quinta-feira, 5 de agosto de 2021

«Dura lição para escritores»

 

Acredita que pode mudar o mundo?

Não.

Então por que escreve?

Porque não posso mudar o mundo.


Albert Ehrismann, Suíça (1908-1998)

- tradução de Luís F. Parrado-