quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

«Estúpido Cupido»: 0 /«Banhos de lua»:1

Monólogo a 2vozes + Celly yé-yé

Cupido é cego. Por mais que tente

 não consegue ver:
os seus olhos vendados de menino perseguem,

 no escuro,
 a seta que o seu arco desferiu.
 Só o alvo o incendeia.

  -Tropeças em livros? Será bem pior, se tropeçares no amor…
  -Cupido também tropeça no seu arco e o marinheiro se afunda com o barco!
   -Mergulho na vertigem dos poemas
    deixo-me levar
    depois nado de costas
    para descansar...

Arquipélagos






segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


Da mente- sopros

                                        Olhos baços de esquecer  
                                    fixam um ponto no espaço da dor;
                           ou botam discurso ou gritam - num silêncio assustador
                  Alguns contam também os passos: traçam um círculo insatisfatório,
                   refazem-no  hesitam no território, regressam depois
                        - metem o carro à frente dos bois,
                              saltam barreiras que ninguém vê
                                      bebem fumam e outro lê
                                      fechados em si  muito urbanos
                                        estão por aí: bem humanos. 
Segunda
Por sobre a noite uma voz me preenche
e assim se dirige uma voz por sobre a noite
uma ausente luz desce, mexe e enche
o coração açoitado e onde o açoite (…)        
Constelação Vega        
E tinhas o brilho duma estrela gravado pelo peito
como se fosse uma tua tatuagem de luz
era um olho amarelo que te brilhava no peito
no sítio onde o esterno é metade
Isso era a sapiência do teu tórax todo feito luz
Era precisamente a sapiência dos teus pulmões
a explorarem fogo por fora do peito
e tinhas o brilho da constelação Vega
gravado pelo peito todo(…)

Nada mais - rien ne va plus
(…) Hoje é dormir cantar
dormir com uma canção na cabeça
dizer boa noite meu amor meus astros minha esfera
amanhã outra vez amanhã de novo te conheço
ressuscito para as coisas
e assim o sono a existência o momento que passa
e nada mais
porque nada mais meu bom Sartre na verdade
nada mais que o momento
conta senão para nós.
                                        António Gancho (excertos de 3 dos seus poemas), in memoriam  

 

sábado, 24 de dezembro de 2011


A noite mais longa
 ninguém no prédio
- e nas ruas também não
 o bairro despovoou-se
junta uns trocos
come e bebe
- é esta a sua oração
e a lua assustada
seguiu-o na procissão.

Solstício de Inverno







quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Pontes



                                                            «Há um tempo para estar só
                                                              há um tempo para estar nu
                                                              há um tempo que falta para ser
                                                              o bastante uma coisa e outra
                                                              há uma ponte em direcção ao tu...»

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dias do B.A. : a saudade e... o inevitável Fado!

Fado para o teu sintoma 
Vá, não sejas assim
não te sintas obrigado a sair daí
 mas desvia-te um pouco

porque só o faço por ti

Vá, vê lá
faz pelo dia
e se espreitares
foge para onde eu ia, ia

Vá, empurra com mais força
talvez te apeteça acordar
 mas espera um pouco
não vá eu passar
(………………………………….)

Mas fica, entretanto de mim
faz uma de somar
trama não trama sim
e continua já agora
que é por aqui
possas fazer tu o jogo da minha sombra
aquela que eu sempre perdi

Mas fica, entretanto de mim
que é demais meu amor
mas fica por favor /  sim?
Nota:
Este «fado», nunca d'antes musicado, é da autoria de Nuno Moura, o poeta que deixou de escrever.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Dias do Bairro Alto

1ºdia










                                                    «As noites do Bairro Alto têm dias.»

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Lisboa e Tejo e... quase tudo!

                 6 ª Vista sobre o Tejo

Porque os outros temem o tempo
e tu não.
Porque os outros são árvores caídas
onde rebentam o silêncio e a podridão
e tu não,
por isso e por nada,
vieste viver nesta cidade.
Lisboa bebedouro e grande estuário
onde nada se repete, excepto o todo.
Lisboa cárcere,
fechada e aberta ao mar.
Cidade de beleza monótona
a que tu escolheste.
Tabacaria tão frágil como o mundo
e até mais. Lisboa.
Por isso e por nada,
vieste viver nesta cidade.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Areia

O mar enrola na areia
        as dunas fogem do mar
   eu olho pró horizonte e logo me ponho a cantar...

enquanto cantava bem alto
a lua brilhava no céu
calei-me e nesse momento
vejam só quem
 m'apar'ceu...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Levo-me para longe

                                            Hey!---I want to be carried away.