(...) íamos compreender de imediato
que estávamos assentes num caiaque velho
equipado à pressa com um motor artesanal
Um destroço exumado do lodo
para os meios únicos da causa
e remendado sem rima ou razão que não tinha (esta cobaia)
nenhum saber das coisas do oceano ao invés das nossas canoas de antanho
que passavam a barra flexíveis e intrépidas
e se afastavam com um balanceio orgulhoso Se nos tivéssemos feito ao largo em plena luz do dia
teríamos visto entre nós sentada de viés
a morte que para ocupar menos espaço
cruzava as pernas como santa de pau carunchoso(...)
(excertos de um livro de S.K. que ando a traduzir)
esta foto não foi tirada por mim!- mas gosto muito dela.
(Mas o que é uma viagem
a não ser a união da miragem à impaciência...) E pensar que podíamos ter remado pescoços quebrados e pulsos em diligência Desenhar uma parábola perfeita com os nossos corpos encostados Fazer a trajetória da ínfima deslocação dos nossos gestos infinitamente repetidos E pensar que fintando as vagas poderíamos ter remado remar apenas para matar o tempo e escarnecer da morte |
Sem comentários:
Enviar um comentário