Secreta
à sombra
no parque
ainda
peito desnudo
de pé
mulher
gárgula
e linda
nos mosteiros existem misteriosos
pomares
deambulando no meio de um pomar
sem fim
direi enfim adeus às frequentes cãibras
colhendo frutos de todas as árvores
tornando-me silvestre
Hei de distinguir cada pássaro pelo seu canto
cada folha me contará a sua origem
no rio onde viverei os peixes me acompanharão
no escuro fontes de luz inesperadas
hão de vir
quotidianamente
ao meu encontro até
me dissolver nelas
De novo
serei nebulosa
pó de estrelas
Quando não estou no campo
é como se o sol tivesse fugido
da praia
afastado todas as brumas
para
chegar até mim:
tudo vem devagarinho…
Quando não procuro
encontro
a beleza à esquina
tocada fico então e vivo- a
em compaixão
Árvores e estrelas
mesmo
sem vida
mantêm o seu brilho e
com altivez
se elevam
no espaço
- alimentadas são pela luz que as ilumina
dias
e noites
Quando eu parto
como
todos partem
guardo o que dos momentos felizes
me
sobrou