Era uma vez um rei que, talvez há uma década atrás, se lembrou de mandar medir o nível da FIB dos seus súbditos. Isto aconteceu no Butão, país onde as montanhas dominam e tudo aponta para o imaterial.
Hoje discute-se a importância desse conceito no Rio de Janeiro - que deve continuar lindo...
Antes do monarca que, neste dia, surge como pop-star da sustentabilidade, muitos outros, de sangue apenas encarnado e quente, se preocuparam com essa questão- mas não curaram de apresentá-la com roupagens à la page... que não sejam esquecidos por isso - no Rio, em terra , nas ondas do mar... e do ar !
«A seleção grega ganhou ontem; talvez a portuguesa vença hoje.» - dou por mim a pensar, eu que até não vou em futebóis...é que da janela aberta da sala, chegam-me vozes em uníssono cujo tom não consigo descodificar, mas que não posso,de modo algum, ignorar.
Desde que li o poema de C.Drummond de Andrade ( futebol se joga no estádio, na rua, no morro, na alma ...) pude entender melhor o fascínio que esse desporto exerce, consciente ou inconscientemente, sobre crianças e adultos: tem a ver com o desejo de levar o corpo aos seus limites, de, ícaros sem asas, nos libertarmos da «triste lei da gravidade», de fazermos algo em grupo- tão visivelmente infantil, como correr para uma baliza-contrariando a pesada solidão das existências- brincando.
A calçada lisboetaa tomou entretanto uma coloração roxa e, se não se acautelar, decerto escorregará no visco deixado pelo fim da belíssima floração dos jacarandás.
O vento modera o calor que, desta vez, deve ter vindo para ficar e ajuda a desintegrar a besta que vive em nós ou se disfarça nas paredes do bairro que habitamos.
Fogoso, o cavalo solta-se do carrocel ao qual sempre pertencera e galopa desabridamente rumo à praia
que o chama.
É o estio instalando-se na cidade.