terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A casa



TÃO TRISTE, A CASA


Tão triste, a casa. Como a deixam, se mantém,
Moldada no aconchego do último que sai,
Como que para tê-lo uma vez mais. Porém,
Sem gente a quem agrade, ela decai;
Não tem coragem de esquecer o roubo, nem

Se lembra do que foi muitos anos atrás — o
Alegre ensaio do que deveria ser,
Há muito malogrado. Vê-se o que era a casa
Olhando os quadros que estão lá. Cada talher.
As músicas no banco do piano. O vaso.

Philip Larkin, Inglaterra, (1922- 1985)


    (trad de Alípio Correia de F Neto)



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