Luísa e Salvador Sobral |
Canção de inocência
Não acreditávamos nos velhos provérbios
que vaticinam que a
ventura é breve
e o amor um enganoso
fruto de coração incerto.
Não acreditávamos nos
velhos provérbios
e fizemos bem, quem
poderá negar que durante um tempo
fomos felizes,
semelhantes a deuses,
que nunca então o
medo nos tocou
nem era possível
incerteza nos nossos sonhos.
Não acreditávamos nos velhos provérbios...
Mas isto era ainda no
tempo em que
desconhecíamos as
sombras e os ardis,
os tribunais funestos
que o amor ampara
e os tributos amargos
que depois exige o desamor.
Silvia Ugidos, Espanha, 1972
( tradução de Joaquim M.
Magalhães)
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