"… Afirmámos
que nada teria consequências mais desastrosas para as nossas ideias do que
minimizar o efeito do interior sobre o exterior, dos motivos e das necessidades
psicológicas sobre as instituições existentes.
Acrescentámos
que, em certos meios, se cometia o erro de pensar que a organização além
de não promover a liberdade individual, significava o declínio da
individualidade. De facto, a função da organização é ajudar no desenvolvimento
e expansão da personalidade. Assim como a cooperação mútua permite que as
células animais manifestem os seus poderes latentes na criação de um organismo
completo, a individualidade atinge a sua forma mais elevada de desenvolvimento
através do esforço cooperativo com outras individualidades. Uma organização, no
sentido próprio, não pode resultar da simples associação de não-seres. Deve agrupar individualidades auto-conscientes e inteligentes. De facto, o conjunto das
potencialidades e atividades de uma organização traduz-se na expressão de
energias individuais. O anarquismo afirma a possibilidade de uma organização
livre de qualquer disciplina, medo ou castigo e isenta da pressão da miséria:
uma nova organização social que porá fim à luta pela subsistência, essa luta
feroz que mina as melhores qualidades dos homens e aumenta constantemente a
voragem social. Em suma, o anarquismo aspira a uma organização da sociedade que
estabeleça o bem-estar para todos ".
Emma Goldman, excerto
de Living
my life
( a tradução, do francês, foi feita por mim)
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