(…) Não morrer
não morrer ainda
não demasiado cedo
a faca o veneno, cedo
demais
ainda gosto de mim.
gosto das minhas mãos
que fumam
que escrevem
Que seguram o cigarro
A caneta
O copo
Gosto das minhas mãos
que tremem
que limpam apesar de
tudo
que se movem
Onde as unhas ainda
crescem
as minhas mãos voltam a pôr os óculos no
sítio
para que eu escreva.
Ágota Kristof, Hungria (1935-2011)
(tradução do francês feita por mim)
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