Confissão
Posso trair qualquer coisa
Com outra coisa
A água o sol e o solo…
Traio o lilás com a flor de laranjeira
A Mesquita Azul com a
Santa Sophia
Ambas
com a pequena igreja ali da esquina
A Torre da Donzela que desconhece o farol de Ahirkapi
se ela tivesse sabido…
Traio o violino com a flauta
Um poeta com outro
Confundindo por vezes um com o outro…
Por vezes
Há de chegar um
momento em que possa estar indecisa
Então aí logo os tomaria a ambos nos meus braços
Ao carteiro de um
lado ao homem da tabacaria do outro
Um prazer tão… que
Na realidade não gostaria de lhe dar um nome, mas na hora
certa
Até poderia trair
Istambul.
Inci Asena, Turquia (1948)
-a tradução do inglês é minha-
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