sábado, 22 de maio de 2021

Na face do nada

O cavaleiro

 

Permanecendo firme sob o calor do sol

 e o açoite da chuva

 passando por ele dia e noite

 passado e futuro

 as quatro estações

 esperou o grande momento

 com as feridas enroupadas de esquecimento

 (quando visse o dragão cujos olhos cospem fogo)

quando ele veio

 correu

        bateu em retirada

        dobrou-se para trás

         inclinou-se

         caiu

         como uma tempestade

 cravando a sua lança na face do Nada.

 

Fayis Suyyagh, Palestina (1941)

    - tradução de Adalberto Alves-


 

Sem comentários: