quarta-feira, 20 de outubro de 2021

"o caldo do meu sangue"

 

 O caldo do meu sangue no qual patinho

 É o que em mim canta, a minha lã, minhas mulheres.

 Sem revestimento exterior. Deleita-se, derrama-se.

 Enche-me de vidros, granitos, cacos.

 Fende-me. Vivo nos estilhaços.

 

Na tosse, no atroz, no transe.

Constrói os meus castelos,

Nas telas, nas tramas, nas manchas.

 Ilumina-os.

 

Henri Michaux, (1899-1984)

  - traduzido por mim, do francês-



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