domingo, 9 de outubro de 2022

Palmas

 

Palmas 


Palmas para nós que as almas se afogam em águas calmas

Plumas onde as estrelas se encontram nas discotecas

Sem cuecas amizades alforrecas deitado e marreca coitado

Pretéritas usadas moedas lançadas ao fundo do nada molhadas

E secas namorada e cansada dum poeta abjecto queimado num altar

 

Palmas para nós dores d'almas ressacas opacas

Sem ondas nem entregas mãos magras

Plumas sem penas das arquitetas já só há palavras

Ocas cimentadas em maquetas manchadas em tretas

Secretas projetadas já cansadas de nós

 

                 Rui Reininho, (1955)





Sem comentários: