Tanto ser diverso (tantos deuses e demónios
este mais ávido que aquele) é um homem
(tão facilmente um se esconde no outro;
e no entanto, cada um, sendo todos, não escapa de ninguém)
tumulto tão vasto é o desejo mais simples:
tão cruel extermínio a esperança
mais inocente (tão profundo o espírito do corpo,
tão lúcido isso a que a vigília chama sonho)
tão solitário e tão jamais o homem só
o seu mais breve pulsar dura um ano terrestre
os seus mais longos anos o pulsar de um sol;
a sua mais leve quietude transporta- o à estrela mais jovem
Como poderia esse excesso que a si mesmo se
denomina Eu
atrever-se a compreender o seu inumerável Quem?
E. E. Cummings, EUA, (1894-1962)
- transversão de Zetho C. Gonçalves-
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