Regresso
Mamãe Velha, venha ouvir comigo
O bater da chuva lá no seu portão.
É um bater de amigo
Que vibra dentro do meu coração
A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva,
Que há tanto tempo não batia assim…
Ouvi dizer que a Cidade - Velha
- a ilha toda -
Em poucos dias já virou jardim…
Dizem que o campo se cobriu de verde
Da cor mais bela porque é a cor da esp’rança
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.
- É a tempestade que virou bonança…
Venha comigo, Mamãe Velha, venha
Recobre a força e chegue-se ao portão
A chuva amiga já falou mantenha
E bate dentro do meu coração!
Amílcar Cabral, Guiné-Bissau (1924-1973)
Sem comentários:
Enviar um comentário