Se não
existissem poetas, o que seria de nós?
Em clamor ou
em amor
feitas do
mundo consciência
suas mãos
irrequietas traduzem a nossa voz
com medida ou
impudência
seus versos
como uma pauta
suportam a
estesia
onde o feio o
não é
ou se é… é
ironia
as palavras
que mergulham em contextos fulgurantes
enchem o
branco de imagens deixam o peito a arfar
dão a ver
outras paragens onde queremos tardar
e mesmo
naquelas paisagens que julgámos conhecer
o que estava
atrás vem à frente
ganha vida o
que não tem:
atalhos
pedras raízes difíceis de vislumbrar
um anjo
desasado que mesmo assim quer voar
flores sílaba
a sílaba que o sopro torna vivazes
e os
frutos...que prazer -
Senhores
d’anestesia vosso reino está no chão
pra comer é a
poesia melopeia e paixão
ethos no meio
do nada corpo nas ondas nu
que o corpo
moderno um fantasma
morreu dum ataque de asma envolto num pano cru.
Sem comentários:
Enviar um comentário