A alimentação simples da fruta,
a sabedoria infusa,
as constelações ao
alto zoológicas arquejando, brutais
animais vivos, e à
mesa de súbito o ar deslocado nas palavras, como se
por cima do ombro
respirasse a memória
assimétrica do mundo,
e um idioma sem gramática,
uma rápida música
descentrada,
fundassem tudo, e
depois corressem
o bafo e o fogo.
Herberto Helder (1930-2015)
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