sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Mar de oeste


MAR  DE OESTE

Eis que do seu dorso despontaram garras
 no vértice onde se embalavam peixes
 nasceram asas,
 num anseio de pombas
 mortas implumes!

Eis que o líquido e o denso se casaram
 formando um monstro:
 rochedo e cavalo
 serpente e águia
 grilheta e asa.

E num barco de papel navego eu!


Madalena Férin (1929-2010)



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