ALBAFAR
(...)
O alfafar, o albafar é o lobisomem do mar.
Chega a vir a terra
uma vez por ano. Ele
zela pela autofagia
colectiva. É o
albafar que manda, o
albafar que vem
trazer o fogo da
morte. Cuidados
extremos se querem
com a chegada do
enviado.
Ficam avisados os turistas, os estrangeiros
residentes nas bases:
afastem-se cuidadosamente
nesse mês, e nos
outros de quentura, da ilha
- e o melhor é não voltarem nem mesmo nas estações
de chuva, o albafar
conluia-se com os cagarros-
porque a ilha é pobre e tem a rudeza do basalto
e não oferece
segurança contra os albafares
e outras espécies
similares, terrenas
que nem por metáfora
cabem no poema.
J H Santos Barros (1946-1983)
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