quinta-feira, 22 de maio de 2014

Estórias 3




SEM OUTRO INTUITO

Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na nossa própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia


Luís Miguel Nava ( 29/09/1957 - 10/05/1995)

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