quarta-feira, 7 de maio de 2014

Universos raianos- Bau


Minha omnipotência

Engulo tanto mundo
Tantas humanidades
 Mas não me consigo saciar.

 Mastigo dor e cuspo alegria
 Recebo desespero e dou esperança
 Inspiro ódio e expiro amor
 Morro e sei de novo viver.

 Dentro de mim há um enorme universo
 Onde me movo e me iludo à vontade
 E se algum dia
 Aparecer um deus a pôr aí o dedo
 Dar-lhe-ei a morte prematura

Alberto Lopes in  Mirabilis de veias ao sol, Antologia dos novíssimos poetas cabo-verdianos, 1998


                                                                                         Como os ciganos
 gosto dos caminhos para o sul
Onde passa o cigano e a rola bComoos ciganos entre sul e viagemdo outro nos somos de out
Nosso amor é  desaC
E todos os amantes são raianos
Como os ciganos de passagem
Como os ciganos















Eu gosto dos caminhos para o sul
Onde passa o cigano e a rola brava

 Como os ciganos entre sul e viagem
  do outro lado do rio

 Como os ciganos  somos de outra margem
 Nosso amor é de bala e desafio

 E todos os amantes são raianos
Como os ciganos de passagem
 Como os ciganos


Manuel Alegre

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