quinta-feira, 2 de abril de 2015

Cinema: Manoel de Oliveira



Kino

Cá estou sentado
 ao fundo de tudo
 sozinho de todo
 no cinema
 e apetecia-me
 estar morto
 com lágrimas
 nos olhos,
 durante anos seguidos,
 e os dois braços
 apoiados cada um do seu lado da cadeira.

Wolf Wondratscheck, Alemanha, 1943

(trad. de Alberto Pimenta)



 Manoel de Oliveira nasceu e morreu na Invicta.
 Viveu mais de 100 anos, parte dos quais filmando. O subtil movimento das suas imagens, inscreveu o Porto na luz, e o país no mundo.
Gostava de passear pela memória colectiva, convocando sentimentos fortes, de preferência inacabados.
Também imortalizou louras - bem singulares, por sinal…
Narrou, com mestria, a vã glória de mandar/amar e certamente continuará a impressionar os vindouros com as películas que impressionou.

P.S.  Para os interessados: o segredo da longevidade? «Ele dizia-nos sempre isto: ‘cheguei a velho porque fiz muito desporto no Sport Club do Porto’ (risos). Eu quero acreditar que isso é mesmo verdade»

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