Do mero ser
A palmeira, onde a mente acaba,
Para lá do último
pensamento, ergue-se
Na distância de
bronze,
Um pássaro de penas
douradas
Canta na palmeira, sem sentido humano,
Sem sentir humano,
uma canção estrangeira.
Então tu sabes que
não é a razão
Que nos faz felizes
ou infelizes.
O pássaro canta. As
penas brilham.
A palmeira ergue-se à
beira do espaço.
O vento move-se nos
ramos lentamente.
Pendidas, oscilam as
penas do pássaro ornadas de fogo.
Wallace Stevens,
EUA, (1879-1955)
tradução de João Ferreira Duarte
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