domingo, 13 de setembro de 2015

A hidrângea e a palmeira


Do mero ser
A palmeira, onde a mente acaba,
 Para lá do último pensamento, ergue-se
 Na distância de bronze,

 Um pássaro de penas douradas
Canta na palmeira, sem sentido humano,
 Sem sentir humano, uma canção estrangeira.

 Então tu sabes que não é a razão
 Que nos faz felizes ou infelizes.
 O pássaro canta. As penas brilham.

 A palmeira ergue-se à beira do espaço.
 O vento move-se nos ramos lentamente.
 Pendidas, oscilam as penas do pássaro ornadas de fogo.

Wallace Stevens, EUA, (1879-1955)
         tradução de João Ferreira Duarte

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