Jenny
ela era toda porcelana de terra,
flores predominantes no odor jovem
juventude fabricada
no dinheiro ilegal dos casinos.
era toda ela morangos suculentos
entre as pernas
bolos coreanos em forma de coração
cappuccinos dignos de instagram.
olhos de amêndoa em época de Páscoa
como quem quer comer o corpo e o sangue.
tinha uma altura nobre
e um cabelo livre.
tinha lágrimas de pérolas
desejos em forma de diamantes.
ele queria alguém real,
ela queria um príncipe português
com um intelecto barbudo.
ele queria ler Lu Xun,
ela queria jantar de amêijoas à beira mar.
ele voltou para a terra,
ela cometeu o mais elegante suicídio,
deixando os brincos Chanel no cadáver pendurado na sala de jantar.
Sara F. Costa, 1987
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