O amor como sal
Jaz nas nossas mãos na forma de cristais
demasiado intrincados para a decifração
Vai para dentro da caçarola
sem ter havido um segundo
pensamento
Espalha-se tão finamente no chão
que o levamos nos pés para todo o lado
Carregamos uma pitada por detrás de cada globo ocular
Rebenta nas nossas frontes
Acumulamo-lo dentro dos nossos corpos
em odres secretos
Na sopa passamo-lo em volta da mesa
enquanto falamos de férias
e do mar.
Lisel Mueller, (1924-2020)
(tradução de Luís Filipe Parrado)
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