Amanhecer
Quando a noite morreu no glaciar umas mãos jovens surgiram das nuvens, entraram no meu peito e
abriram as fechaduras das portas para que a luz do dia pusesse em fuga a treva. Já não quero continuar a
andar pelos campos a decifrar os mistérios pagãos das pedras, mas apenas descansar silencioso no
regaço fresco e matinal do páramo, olhando com olhos infantis as lágrimas alegres que verteu a noite
por ter dado à luz um dia tão formoso.
Einar Bragi, Islândia (1921-2005)
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