CANÇÂO DA ÁGUA
Lua brilhante, estás assim tão longe de nós?
Com a taça na mão,
interrogo o céu.
Ó lua, diz-me, no teu universo
que dia é, em que ano
estamos, e o porquê?
Gostaria de levantar
voo, levado pelo vento.
Mas tenho medo de que,
nos dédalos do seu sopro
o meu corpo possa ser
trespassado pelo frio.
Danço para fazer que
de mim nasça a sombra, uma silhueta.
Mas a vida é melhor
na terra, e eu choro.
Sobre os leitos
carmesins, sob as telhas coloridas
é lentamente que o
sono chega.
Seria preciso não lamentar
o que decepcionou o
nosso coração.
Como a enchente e a vazante,
como as marés da
alegria
a lua, do plenilúnio
à lua nova
é essa perfeição
imóvel
o que é e o que não é.
E nós, aqui em baixo,
pedimos
a vida longa, e o
amor,
que não caminham juntos.
Sou Che, China
(1036 -1101)
( traduzido por
mim - do francês )
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