WONG KAR-WAI
Como se perguntasse o teu
nome, e um eco de mim
respondesse
que não existes
e me apetecesse morrer
mesmo assim à tua porta.
Como se no banco de trás de um táxi
não seguisses comigo para a morte,
nem tivesses no meu colo pousada
a tua cabeça,
no teu rosto branco o batom aceso,
e o azul dos olhos como um espelho
debruçado sobre a noite
ou luz de navio perguntando por terra
mas passando ao largo.
Rui Lage (1975)
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