Outro novo mundo
Os “faróis” da época perguntavam-se entre si o que faria eu a
seguir: depois de tudo o que tinha encontrado nas minhas viagens à volta do
mundo, haveria mais alguma coisa para descobrir?
"Cavalheiros",
disse eu, "Estudei os mapas" "E se o que estou a pensar estiver
certo" "Há outro novo mundo no topo do mundo", "para quem
for capaz de atravessar o gelo"
olhei em volta da
sala, tal como fizera outrora e vi que queriam acreditar Então disse “ A minha coragem
e o meu Deus são tudo o que tenho " Depois fiz uma pausa",
e a Annabelle Lee."
Oh!, a Annabelle Lee,
vi os olhos deles a brilhar A nau mais bela do mar Minha Nina, Minha Pinta, Minha
Santa Maria Minha linda Annabelle Lee.
Naquela primavera zarpámos enquanto a multidão acenava da
costa e a bordo a tripulação acenava com os chapéus, mas nunca tive família, só
a Annabelle Lee. Por isso não tinha motivo para olhar para trás,
com precisão rumei a
norte e estudei os mapas e, em direção ao escuro, à deriva vagueei para o sono E
sonhei com o ótimo porto profundo que encontraria depois do gelo para a minha
Annabelle Lee
Depois disso ficou
mais frio o mundo ficou mais calmo nunca foi totalmente dia ou totalmente noite
e o mar transformou a cor do céu transformou a cor do mar transformou a cor do
gelo
Até que finalmente
tudo à nossa volta era vastidão. Um vasto e vidrado deserto de arsénico branco
e as ondas que outrora nos elevaram em vez disso crivaram de bancos de neve os
costados da Annabelle.
A tripulação no
início chegou-se mais perto para se aquecer; porém cada manhã traria um novo
conjunto de esteiras na neve que levavam ao limite do mundo até eu ser o único
que restava
Depois disso ficou
nublado, parece que me deitei durante dias, talvez durante meses, mas a
Annabelle conteve-me os dois felizes só por recordar tudo o que tínhamos feito,
falámos dos outros novos
mundos que tínhamos descoberto até que me entregou o seu corpo. E
durante o tempo em que lhe cortava a vela principal para madeira, contei-lhe
tudo o que ainda tínhamos para ver;
então enquanto a
geada transformava as suas amarras em nove caudas e o vento lhe chicoteava os flancos
no frio queimei-a para me manter vivo todas as noites no amoroso amplexo do seu
porão,
E não chamarei salvamento ao que me trouxe de volta ao velho
mundo para beber e declinar. E para fingir que a procura de outro
novo mundo valera bem a queima do meu.
Mas às vezes à noite, nos
meus sonhos, ouço o canto de um pássaro tropical desconhecido e sorrio durante
o sono pensando que a Annabelle Lee tinha avançado para um outro novo mundo.
Sim, às vezes, à noite em
sonhos, vem o canto nunca ouvido de um pássaro tropical E eu sorrio durante o
sono pensando que a Annabel Lee alcançara um outro novo mundo.
Texto do cantautor Josh Ritter,(EUA)- traduzido por mim.
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