terça-feira, 16 de junho de 2020

<«Another new world»



Outro novo mundo


Os “faróis” da época perguntavam-se entre si o que faria eu a seguir: depois de tudo o que tinha encontrado nas minhas viagens à volta do mundo, haveria mais alguma coisa para descobrir?

 "Cavalheiros", disse eu, "Estudei os mapas" "E se o que estou a pensar estiver certo" "Há outro novo mundo no topo do mundo", "para quem for capaz de atravessar o gelo"

 olhei em volta da sala, tal como fizera outrora e vi que queriam acreditar Então disse “ A minha coragem e o meu Deus são tudo o que tenho " Depois fiz uma pausa", e a Annabelle Lee."

 Oh!, a Annabelle Lee, vi os olhos deles a brilhar A nau mais bela do mar Minha Nina, Minha Pinta, Minha Santa Maria Minha linda Annabelle Lee.

Naquela primavera zarpámos enquanto a multidão acenava da costa e a bordo a tripulação acenava com os chapéus, mas nunca tive família, só a Annabelle Lee. Por isso não tinha motivo para olhar para trás,
 com precisão rumei a norte e estudei os mapas e, em direção ao escuro, à deriva vagueei para o sono E sonhei com o ótimo porto profundo que encontraria depois do gelo para a minha Annabelle Lee

 Depois disso ficou mais frio o mundo ficou mais calmo nunca foi totalmente dia ou totalmente noite e o mar transformou a cor do céu transformou a cor do mar transformou a cor do gelo

 Até que finalmente tudo à nossa volta era vastidão. Um vasto e vidrado deserto de arsénico branco e as ondas que outrora nos elevaram em vez disso crivaram de bancos de neve os costados da Annabelle.
 A tripulação no início chegou-se mais perto para se aquecer; porém cada manhã traria um novo conjunto de esteiras na neve que levavam ao limite do mundo até eu ser o único que restava

 Depois disso ficou nublado, parece que me deitei durante dias, talvez durante meses, mas a Annabelle conteve-me os dois felizes só por recordar tudo o que tínhamos feito,
     falámos dos outros novos mundos que tínhamos descoberto até que me entregou o seu corpo.       E durante o tempo em que lhe cortava a vela principal para madeira, contei-lhe tudo o que ainda tínhamos para ver;
 então enquanto a geada transformava as suas amarras em nove caudas e o vento lhe chicoteava os flancos no frio queimei-a para me manter vivo todas as noites no amoroso amplexo do seu porão,

E não chamarei salvamento ao que me trouxe de volta ao velho mundo para beber e declinar. E para fingir que a procura de outro novo mundo valera bem a queima do meu.

 Mas às vezes à noite, nos meus sonhos, ouço o canto de um pássaro tropical desconhecido e sorrio durante o sono pensando que a Annabelle Lee tinha avançado para um outro novo mundo.

Sim, às vezes, à noite em sonhos, vem o canto nunca ouvido de um pássaro tropical E eu sorrio durante o sono pensando que a Annabel Lee alcançara um outro novo mundo.

Texto do cantautor Josh Ritter,(EUA)- traduzido por mim.

Sem comentários: