Sargaceira
A
rosa de fogo
já
desapareceu no mar.
Com
a graveta,
afadigadamente,
a
mulher arranca às ondas o sargaço.
Escrava,
sem
queixumes,
como
se não colhesse
pão
salino e amargo,
a
dobrar-lhe a espinha,
a
açoitar-lhe as pernas,
a
derrear-lhe os braços,
mas
raízes-flor dos abismos,
resigna-se
ao fardo dos dias.
O
cutelo da lua
ceifa-os,
inexorável.
Luísa
Dacosta; A Maresia e o Sargaço dos Dias
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