sábado, 16 de maio de 2015

Não sabemos, mas...



35.
Não sei
Se tornarei a ver
As caravanas
Que de madrugada
Atravessam o deserto
Em frente
Às ruínas de Palmira
Ou
As azenhas milenares
De Hama
A chiar de esforço
Quando elevam
A água do Oronte
Até ao aqueduto
Que encima a cidade
Ou
A paisagem
Aos pés do monte Kasyun
Coberta de estrelas
Que caíram
E se fizeram
Pura luz esparsa:
A cidade de Damasco
Não sei
Se tornarei
A fazer a viagem nocturna
No comboio de Bagdad:
Alepo, N´nive,
Tikrit…
E se outra vez ainda
Poderei erguer os olhos
E ver a beleza de Nahila
Nos limites da sua açoteia.

Já ouvi dentro de mim
Um trovão
Fender-me a alma.
Para a unir de novo
Não sei o que terei de enfrentar.

Marthiya de Abdel Hamid segundo Alberto Pimenta, 2005


«...para quem ama Bagdad é aqui perto.» Goethe




Comparación


No es lo mismo —no es igual— matar a una hormiga que
matar a seis millones de judíos.
Es lo mismo —en cambio— amar a un árbol que
amar a un hombre, la pierna carnosa de una mujer, su ritmo nocturno.
El amor es siempre el mismo:
traga de una fuente sola.

Sólo la maldad se deja ver en escalera.

Juan David Torres Duarte, Colômbia

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