La luz inútil
qué extraña completud
ya sin relojes
ni calles cerradas
qué extraña completud el aire abierto
la sola luz
la luz inútil
al fin sin nudo ciego
para qué ver si nada que alumbrar
de este equilibrio hueco
ningún nombre
ningún árbol
ningún edificio torpe que vaya a derrumbarse
para qué el estupor suspendido
si no hay dónde caer
María Gómez Lara, Colômbia (1989)
Upload
a força da paisagem corrompe o texto,
penetra-o pela sua fragilidade.
o jogo do tacto, da fulguração, da tensão cénica
do teu nome -
que de tão tenso não é revelável -
mas posso sempre revelar-te esta fotografia,
não como antigamente, mas
posso sempre entranhá-la no teu subconsciente através do feed do
teu mural numa dessas redes sociais onde não há espaço a debate
porque cada pessoa é o ditador da sua própria realidade, o que até é bastante
conveniente
se na vida pudéssemos ser confrontados exclusivamente com aquilo que não
nos choca.
deixa-me rejubilar com a força de ver-te e com a força de saber que me vês,
sou assim uma imagem, sou matéria carnal, sou costas e ombros e pálpebras,
existo porque existe a luz.
deixa-me fazer o upload desta existência directamente na memória
mais profunda
da tua libido.
talvez seja mais simples. o texto é coisa de poetas.
Sara F. Costa
(1987)
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