POEMA DO COMEÇO
Eu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado
de túmulos numa mão muito aberta
Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um
copo esguio e azul coberto de escamas
Eu na praia e um vento de agulhas
com um
Cavalo-Triângulo enterrado na areia
Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
– trago-te
Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de musgo
António Maria Lisboa,
(1928-1953)
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