quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Sobre anjos


(...) Ao dizer anjo não se é generoso
 nem retórico, sem mais,
 entende-se, apenas, que o mundo é imperfeito
 mas que há rastos, sinais, rostos
 de outra realidade que o saturnal invoca.
 Ao dizer anjo pede-se morte, proclamando vida.
 Ao dizer anjo-  é certo – designamos o inumano,
 o resplendor celeste de singulares humanos
 que existem, e não existem, eleitos.

Luis António de Vilhena, Espanha (1951)


     ( a tradução é de José Bento)



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