Oh, numa noite de chuva e vento
numa noite de neve e chuva
corta- me o frio
o desespero gela-me
A boca encho de aguardente e sal
que sorvo de um cantil
enquanto a barba hirsuta
acaricio e enxugo.
Mulheres levam
crianças e velhos
Choram
e pedem comida
- mas são perseguidos
Assim nada se ajusta
e nada muda
Oh! O céu e a terra são vastos,
mas para nós
são pequenos e duros
O sol e a lua iluminam o mundo,
mas connosco
poupam a luz.
É sempre o mesmo?
Só eu sinto assim?
Cru e sem vergonha
o mundo abandona- nos
Dele não podemos voar
por não sermos aves.
Yamanoue no Okura, Japão, (660?-733)
-excertos
adaptados por mim-
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