sábado, 5 de março de 2022

«Que volte cedo e bem!»

 

Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.

Serve-se morto.

 

Reinaldo Ferreira, (1922-1959)



              No plaino jazem               

 abandonados

  frio vento os arrefece


  De balas trespassados

  a morte os apodrece


soldados? capitães?

Meninos de suas Mães.


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