Às aranhas deste quarto
Vós que esperastes aqui antes de mim
em silêncio mães do
silêncio
sempre soube que estáveis
presentes
pudesse eu ver-vos ou
não
nas nuvens cinzentas nos cantos
altos
fiandeiras das profundezas
das sombras
que se repetem sem memória
erguendo-se por baixo
do momento
quando este respira treme
e se foi
portadoras de uma mensagem
não conhecida
herdeiras de uma linhagem
invisível
chegou o momento de agradecer-vos
por nunca me terem
aparecido
ao longo destes anos guardiãs da não palavra
assídua nesta sala muda
enquanto
o pássaro cantou a
chuva murmurou
e a voz ecoou da
estrada
pacientes guardiãs que desvendaram
em cada som a hora da
mosca
W.S. Merwin
(a tradução foi feita por mim)
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