terça-feira, 26 de maio de 2020

Dias derramados



Bebo de um copo que não tem bordo
 de pé numa escada sem degraus
 durmo numa cama só com o meu corpo,
 o meu corpo que é acumulação dos dias derramados
 quando me movo em sonhos, toda a noite dentro da minha solidão.

 Monto no dorso de um cavalo sem sela
 pedalo na minha bicicleta sem mãos, sem língua, sem fala,
 quando por dentro de um pensamento me movo
  numa caverna de gelo, escorregadia, proibida.
 Como sem mastigar comida que se escapole
 por detrás dos dentes guardiães.
 Faço lume sem fósforos, nado
 sem tocar numa gota, consigo ver sem luz.
 Encontro o meu caminho,
 faço música, sem notas.
         Cecaelia Hagen 
(letra de uma música que ela canta e que eu traduzi)





Sem comentários: