Bebo de
um copo que não tem bordo
de pé numa escada sem degraus
durmo numa cama só com o meu corpo,
o meu corpo que é acumulação dos dias
derramados
quando me movo em sonhos, toda a noite dentro
da minha solidão.
Monto no dorso de um cavalo sem sela
pedalo na minha bicicleta sem mãos, sem língua,
sem fala,
quando por dentro de um pensamento me movo
numa
caverna de gelo, escorregadia, proibida.
Como sem mastigar comida que se escapole
por detrás dos dentes guardiães.
Faço lume sem fósforos, nado
sem tocar numa gota, consigo ver sem luz.
Encontro o meu caminho,
faço música, sem notas.
Cecaelia Hagen
(letra de uma música que ela canta e que eu traduzi)
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