PELAGOS
Le désastre se peint à l’aube
sur le pont du paquebot de secours
et le visage des hommes
sur le point de parler.
La terre, les poches pleines de cailloux,
à la barre des flots
proteste de par les cieux
qu’elle désavoue l’homme.
Lui, ne voit qu’écorces, épluchures,
fragments honteux de masques qui s’incurvent,
et décide d’avorter la Mémoire
mére des Muses.
FRANCIS PONGE, Proêmes, Éditions Gallimard,1948
PÉLAGO
O desastre manifesta-se ao despontar da aurora
na ponte de socorro do paquete
e no rosto dos homens
prestes a falar.
Com os bolsos cheios de pedras,
nas vagas da enchente da maré, a terra
declara em nome dos céus /que não reconhece o homem.
Este, apenas vê crostas, cascas,
fragmentos vergonhosos de máscaras que se encurvam,
e decide abortar a Memória
mãe das Musas.
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