quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Vento,água agreste > luz


Soava como chuva, até que rodopiou


e percebi que era o vento.

Caminhava tão encharcado como qualquer onda

e tudo varria como se areia fosse.

Mal acabava de partir

para uma longínqua planície

ouviu-se um som parecido com um exército –

Era mesmo a chuva!

Enchia os poços, alegrava os charcos,

chilreava entre as ruas,

abria as torneiras dos montes

e deixava que as águas se espalhassem;

soltava terras, erguia mares,

até inverter o centro de tudo,

depois, tal como Elias, desaparecia no céu,

levada pelas rodas de uma nuvem.

Emily Dickinson

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