Soava como chuva, até que rodopiou
e percebi que era o vento.
Caminhava tão encharcado como qualquer onda
e tudo varria como se areia fosse.
Mal acabava de partir
para uma longínqua planície
ouviu-se um som parecido com um exército –
Era mesmo a chuva!
Enchia os poços, alegrava os charcos,
chilreava entre as ruas,
abria as torneiras dos montes
e deixava que as águas se espalhassem;
soltava terras, erguia mares,
até inverter o centro de tudo,
depois, tal como Elias, desaparecia no céu,
levada pelas rodas de uma nuvem.
Emily Dickinson
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