Quando era criança ia ver os aviões-enormes pássaros de aço-que aterravam num aeroporto imenso, trazendo muitas e desvairadas gentes no seu bojo.
Hoje, que já sou grande, entretenho-me a ver navios cujos passageiros nunca hei-de encontrar.
De há vários anos a esta parte guardo numa caixa de papelão postais e cartas que gostaria de receber e que escrevo-estando ou não em casa-meto num envelope abrilhantado pelo selo mais bonito da estação dos correios da praça e deixo no marco mais próximo.
Quando sufoco, perco-me nas ruas onde frequentemente avisto gente desvairada e respiro fundo.
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