quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

guerras e governo


TREVAS



Velimir Khlébnikov


Quando  não aguento  mais o  tédio,
Saio para o  sol  em  disparada,
Asa esvoaçando pelo  éter,
A virtude  e  o  vício  misturados.
Morro, eu  morro, o  sangue  escorre  a  cântaros
Na couraça  do  meu  corpo.
Caio em  mim– e  então,  de  novo,
Só enxergo  a  guerra  em  teu olhar.

Tradução de André Vallias

















RECUSA

Gosto muito mais
De olhar as estrelas
Que de assinar uma sentença de morte.
Gosto muito mais
De escutar a voz das flores
Que murmuram: ‘é ele!’,
Quando passo pelo jardim,
Que ver as armas
Que matam aqueles
Que me querem matar.
É por isso que eu nunca,
Nunca
Serei governo!


Tradução de Manuel de Seabra.

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