Canção de embalar
Descansa agora. Foram
demasiadas emoções.
O crepúsculo, depois a noitinha. No quarto
cintilam pirilampos, aqui, acolá, aqui, acolá,
e a funda doçura do Verão entra pela janela aberta.
Não penses mais nestas coisas.
Ouve-me a respirar, ouve-te a respirar
como os pirilampos, cada pequeno sopro
é um clarão onde aparece o mundo.
Já cantei muito para ti na noite de Verão.
Hei de conquistar-te, no final: o mundo não pode conceder-te
esta visão contínua.
Deves aprender a amar-me. Os humanos devem aprender a amar
o silêncio e o escuro.
Louise Gluck, EUA, 1943
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